sábado, 19 de setembro de 2009

Post da garota de 17 anos.

28.11.2005


Então é natal...
Um belo dia fui a um shopping perto de algum metrô daquela tãoo populosa cidade. Apenas passear, deixar a tarde passar. Ainda era início de novembro, no entanto os enfeites de natal já se sobressaiam pelas lojas e pela decoração de todo o shopping.
Ao observar todo ese clima natalino, pus-me a pensar em presentear as pessoas mais próximas a mim. Enquanto pensava, aproveitei que estava no shopping e fui conferir os preços.
Em uma loja X, encontrei um presente Y, para a queridíssima pessoa Z, que custava W reais. Fiquei extremamente feliz, havia achado o presente ótimo, surpreendente, entrando despretensiosamente na loja X, sem intenção de encontrar Y, que era um presente perfeitamente cabível. Quando perguntei o preço e a vendedora respondeu W, pensei "esse mesmo!" Tudo isso me deixou bastante empolgada com o fato de o Natal estar chegando ainda mais porque Z é alguém que eu amo e quero presentear da melhor forma possível.
Não comprei o presente pois imaginei que, se comprasse, estaria me precipitando, afinal faltava mais de um mês e meio para o natal. E como o bom brasileiro, eu queria comprar um pouco mais em cima.

.... bom, o tempo passou...

Faltando 25 dias para o Natal, começo a pensar sobre o presente Y. Resolvo ir à loja e comprá-lo, temendo que na semana do natal (a semana que eu realmente tinha a intenção de fazer as compras de nata) o presente que eu queria já tenha ido-se embora pra Pasárgada.
Chego a loja X, e o que eu temia aconteceu: o presente Y já fora vendido. Entrei lá e perguntei se não havia no estoque, se não podiam comprar outro se não ia chegar mais, mas nada....
Todavia, havia um presente G, que era parecidinho com Y, mas era mais "feinho". Era um... genérico. Comecei a pensar que afinal... quem não tem cão... no minuto seguinte vi que o preço de G era superior a W o que me deixou com mais raiva ainda.
Saí da loja X, triste, pensando que eu nunca mais encontraria um bom presente para Z, pelo menos nãotão bom quanto Y.
Fiquei tão triste comigo mesma que após 10 minutos surgiu um sentimento de auto-piedade. Como se uma criancinha estivesse soluçando de tanto chorar e seu pai com dó comprasse a barbie mais cara para ela parar de chorar.
Entrei em uma livraria pronta para comprar o último lançamento de uma popular escritora britânica, livro que é o último de uma série de muito sucesso entre crianças, jovens e adultos. Nem pensei duas vezes, fui seca no livro e entrei no caixa com uma grande segurança do meu dinheiro e tudo mais.
Quando estava na fila do caixa pensei melhor e resolvi comprar depois (ou pegar emprestado com alguém rs), o meu sentimento de auto-piedade e meu bolso, ficaram satisfeitos apenas com um mousse de chocolate.





P.S.: Adoro ler meus antigos textos. Esse eu achei bem engraçadinho com essa confusão que eu criei com X, Y, e Z... rs.... mas ficou interessante. Achei em um caderninho de ouro com vários textos meus cheios de sonhos fantasias e ilusões daquela menina de 17 que possuía no coração (e na mente) mais sonhos e coisas doces que realidade. Não que a de 21 não seja sonhadora também, mas esta última vive muito mais o mundo real. fazer o quê.



quarta-feira, 16 de setembro de 2009

... e continuar vivendo...


Em um corriqueiro dia.... dia comum, dia cinzento, dia de trabalho, dia de semana.... eu acordei para ir ao trabalho e simplesmente me dei conta de que as coisas em minha vida caminhavam bem. Talvez não exatamente bem mas iam a uma direção que não parecia estar desmoronando, como há uns dias atrás.


Claro, continuo semi-falida, confusa, desarrumada e bagunceira. Mas ainda assim comecei a me sentir bem ao pensar em como seria meu dia naquela manhã cinzenta ao ir para o trabalho.
E pensei o que eu faria, quem eu veria, com quem conversaria. Com quem evitaria conversar, que problemas eu tentaria solucionar (ou não). E veio aquele conhecido pensamento de que mesmo antes do dia passar, eu já estava cansada. Mas uma canseira não tão ruim.

Dessa vez penso, não nas pessoas que me fizeram sofrer, não nos sentimentos que fazem eu me sentir mal. Mas sim naqueles que me fazem bem e que eu quero que me façam cada vez melhor.
E contrapondo ao que eu escrevi no "post sem rascunho" dia 5 de agosto, volto a olhar para as pessoas, e a notar que elas olham para mim. E olho elas me olhando. Parece que tudo começa de novo. E vejo que muita coisa que acontece são conspirações e que talvez 70% das coisas dependem da forma como você as encara.

Talvez a tempestade dentro de mim tenha passado. Talvez esteja passando, talvez vá passar logo mais.

Mas a primavera sempre traz uma esperança no meu coração.

E chega de escrever coisas melancólicas. Agora começa uma nova era n´A sacada da casa. Sem "querido diário". E com finais em que do pranto fez-se o riso, e não o contrário.



"Tão bom morrer de amor
E continuar vivendo!"
Mario Quintana


quinta-feira, 3 de setembro de 2009

da carta encontrada ao fundo do baú e não enviada...

"Nada é por acaso. Isso não é o acaso."






Tenho crescido, evoluído. Tenho involuído. Tenho visto diversas pessoas, diversos lugares. Diversos modos de vida totalmente diferentes do que os que eu já vivi anteriormente. Aprendi a rir de mim mesma. Aprendi a desapegar das coisas.
Aprendi a não me apegar aos amantes, mas sim aos amigos. E me apego cada dia mais a eles e me desapego cada dia mais a coisas que imagino que me farão sofrer. Certa vez ouvi de você que só devemos esquentar a cabeça com algo que valha muito a pena. Tenho visto pessoas se esvaírem de raiva com coisas pequenas. Tenho tentado fazer com que isso (os pequenos problemas) entre por um ouvido e saia pelo outro. Nem sempre consigo.

Ultimamente tenho conversado com diversas pessoas. Tenho discutido com algumas. Não tenho brigado com ninguém. Tenho concordado um pouco, visto que sempre procurei ser compreensiva. Entretanto também tenho discordado muito, visto que também sou meio rebelde. Algumas vezes concordo querendo discordar, pois é assim que temos que fazer.

Tenho pegado muito trânsito ao ir pro trabalho, especialmente naquele fatídico corredor de ônibus. Fui assaltada mas depois fiquei mais espertinha, apesar da minha cara de otária. Tenho andado muito de ônibus, mais do que de metrô. E em todos, sem exceção, eu durmo. Tenho corrido atrás de ônibus. Tenho corrido.

Continuo no aperto quando o mês vai acabando, e ai economizo nos passes, no bandeijão e em tudo mais. E sempre me prometo economizar no próximo mês. Mas nunca consigo. Tenho começado regimes, e furado como sempre.

Tenho feito amizade com alguns vizinhos. Tenho feito inimizade com outros. Tenho tocado violão, mas ainda estou longe de você. Tenho cantado um pouco. As vezes jogo Donkey Kong. As vezes jogo o jogo da bicicletinha. Tenho acompanhado o futebol. Tenho cutucado as unhas. Continuo com aquele barulho estranho no maxilar, continuo estralando os dedos, mas com uma frequência bem menor agora. Ninguém mais acha meu pé bonito. Mas ainda tenho apelidos fofinhos. Ninguém mais ri de Romaria comigo. Ninguém mais vê graça na propaganda do Whiskas e ninguém dança comigo no supermercado.

Ainda choro nos filmes, nos que eu não durmo na metade. Mas tenho chorado com as coisas da vida, do universo e tudo mais.
Tenho me divertido muito, mas tenho amado pouco. Tenho sofrido um bocado, assim é a vida, mas tenho aprendido muito. E brega que sou, cito o rei: "o importante é que emoções eu vivi"

Tenho passado finais de semana imprevisíveis. Por vezes só, imensamente só. Outras rodeada de pessoas bacanas. Outras ainda com pessoas que talvez eu preferia não estar. Não tenho viajado muito, mas um dia hei de.... Ainda não tirei a carta de motorista. Ainda não tirei o passaporte. Ainda não visitei o Zoológico. Ainda não estou rica. Ainda não aprendi a ser forte e colocar uma armadura em mim. Ainda sou frágil. Mas isso é relativo. Continuo tentando encarar tudo com bom humor. Continuo desiludida com muitas coisas. Continuo sendo muito caridosa e pouco ambiciosa. E isso continua nem sempre me fazendo bem, mas eu sou teimosa. Continuo teimosa. Estou aprendendo a cozinhar, mas ainda prefiro pizza maravilha com alho frito em cima. Ainda adoro sopa de feijão com calabresa, mas nunca mais comi.

Tenho pensado muito, sobre o que fui, o que vivi, o que vivo e o que quero viver.
E sei que nada é por acaso. Algo bom está por vir. Tem que estar!!!