quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Aprendendo


Quando eu tinha 13 anos, ouvi um conselho da minha professora que mudou minha vida. Ela disse que beleza não era tudo na vida. Eu nunca tinha ouvido nada sequer parecido.  Sempre fui um pouco fora do padrão, e nunca fiz todo o esforço do mundo pra entrar no padrão de beleza do colégio, pois achava que não tinha jeito, eu era esquisita e assim seria sempre.
Eu já tinha lido que beleza não era tudo, mas só quando a professora falou, na aula, que eu pude entender de verdade. Foi só a partir desse dia que eu passei a me achar especial.
Tive muitos problemas de auto-estima, tenho até hoje. Mas eu achava curioso esses insights que eu tinha quando era novinha.  Um dia descobri o que significava a frase “Há males que vem para o bem” pois aconteceu exatamente isso, uma coisa muito ruim, dolorida aconteceu, mas se não tivesse acontecido não teria desencadeado uma série de acontecimentos bons. Também fiquei maravilhada quando descobri isso.
Quer dizer que beleza não é tudo e, além disso, as coisas ruins podem ter alguma utilidade? Por que a gente se sente tão mal, então? As coisas vão melhorar. A beleza de verdade está no nosso interior, e as coisas ruins transformar-se-ão em coisas ótimas um dia.
Tinha esse pensamento positivo quando tinha lá pelos 15. Então as coisas foram se complicando e um dia, eu conheci aquela passagem do Hamlet: “Há mais coisas entre o céu e a terra, Horácio, do que pode sonhar tua vã filosofia.”
Tudo é bem mais complicado do que passar milhões de dificuldades e lembrar-se da adolescência “males vem para o bem”. Podem vir, mas não deixam de ser males e fazer mal.  E temos que nos recuperar e nos reerguer.
Hoje tenho 22 e às vezes ainda leio umas frases, umas idéias e acho uma sacada incrível. Hoje tive mais uma e sinto que estou pronto para seguir andando, cabeça erguida. Como a adolescente de 13 anos quando descobriu que não precisava seguir desesperadamente o que as pessoas acham que é ser bonito, mas que podemos ser bonitos sendo quem somos.

O que me impressionou hoje foi pensar sobre a fênix.  O lamento da fênix de tornar-se cinzas quando chega a hora e depois renascer mais forte, mais linda. É um mito muito belo que encarei como uma metáfora (já falei nesse blog que eu sou fã de metáforas).
O movimento do dia é me deixar ser cinza e retornar  a mim mesma com o melhor de mim, a força, a cor, a energia, a vida.

Vou-me embora

"Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive


E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!"

sábado, 11 de dezembro de 2010

amiúde

"E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude."
Vinicius.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Senso comum (ou não)

As vezes acho que o mundinho pseudo-intelectual prejudica a espontaneidade (nunca soube direito como se escreve essa palavra) das pessoas. A risadinha sem graça, somada a piada sem graça, pra mim soa tão blasé.


E dizer que algo é senso comum é tão senso comum. Até dizer que "dizer que algo é senso comum é senso comum," também é senso comum.

Então sendo senso comum, o que penso é que devemos ir além dessa classificação que gera preconceito e ainda mais: preconceito sobre nós mesmos.


De repente descobri que eu não me enquadro em nenhum grupo e classificação. Brega, senso comum, pobre, inteligente, intelectual, chique. Nada disso se identifica comigo.

Eu não sou nada, estou sempre modificando meus conceitos. E nem ligo se esse texto não tem introdução, desenvolvimento ou conclusão.

E estou feliz por escrever um texto naturalmente sem pensar em padrões de gramática, redação ou algo que as pessoas gostem de ler. Sou só eu. Mais nada.