sábado, 26 de dezembro de 2009

"y aprendí a quitarle al tiempo los segundos ...."

Eu tinha preparado um longo texto falando de 2009, que eu escrevi no último dia que fui a faculdade. Escrevi também, entretanto, outra coisa "Será que podemos fazer com que os últimos 15 dias sejam tão (ou mais) válidos que o ano inteiro?"
E ainda bem que eu me perguntei isso, pois essa última semana pra mim foi bem proveitosa, conheci muitas pessoas, conheci pessoas de muitos lugares onde eu nunca estive e talvez eu nunca irei, e vivi momentos que talvez eu não os viva de novo, por isso desfrutei deles como se minha vida fosse acabar lá, naqueles dias, nestes dias, nestes momentos.

Mal dormi, mal comi, mal tive dinheiro, pois tive problemas com meu cartão (pior é pensar que eu não estava devendo pra ninguém, mas sim não conseguia usá-lo por outros motivos). A vantagem é que depois do último dia da faculdade e do último dia que eu fui ao trabalho antes do meu pequeno recesso de fim de ano, eu simplesmente apaguei tudo da minha memória: faculdade, frustrações do passado, emprego, contratos, alugueis a pagar, etc. E assim vivi uma coisa intensa, livre desse tipo de preocupações, com outras preocupações, mas enfim, foi bom viver um tempo em outro ritmo, outro ar, outra perspectiva.

E uma das coisas que eu descobri nos últimos dias de 2009, é que todas as coisas que eu punha em questão nos meses anteriores, inclusive nos últimos textos que coloquei aqui, acabaram se encerrando e hoje eu não quero sequer reler mais esses textos ou pensar nessas minhas crises de 2009. Foram muitas crises de origens semelhantes, mas hoje consigo olhar pra trás e ver que de fato ficou para trás.

E de 2009 (e dos últimos dias desse ano, inclusive) ficou em mim que o tempo não se faz da forma como diz no calendário ou nos filmes. O tempo é uma coisa muito mais louca do que o mês que tanto trabalhamos para pagar o aluguel. Tempo é uma coisa que varia muito além da contagem dos minutos, das horas e dos dias. De repente me dei conta que muitas vezes a gente constrói uma relação de meses, as vezes anos e estas não são tão intensas quanto relações de uma semana, de poucos dias, que nos marcaram (e nos marcarão) para o resto dos nossos dias! E isso foi - de certa forma - uma surpresa muito agradável na minha vida.

Estou com sono, pois voltei da viagem muito gripada com febre e tudo mais, mas apesar a gripe (juro que não é suína) afirmo que aproveitei muito bem esses dias fora dessa loucura que é São Paulo!



"Gracias a la Vida que me ha dado tanto
me dio el corazón que agita su marco
cuando miro el fruto del cerebro humano,
cuando miro el bueno tan lejos del malo,
cuando miro el fondo de tus ojos claros.

Gracias a la Vida que me ha dado tanto
me ha dado la risa y me ha dado el llanto,
asi yo distingo dicha de quebranto
los dos materiales que forman mi canto
y el canto de ustedes que es el mismo canto
y el canto de todos que es mi propio canto."


E quanto a 2009?
Agora só resta tocar um tango argentino!

4 comentários:

Arthur disse...

Live a lifetime in a minute.

PS.: "conheci pessoas de muitos lugares onde eu nunca estive e talvez eu nunca irei" - vira essa boca pra lá, menina!

Caco Ferreira disse...

Ler seu desabafo faz que eu reflita tb meu ano que se acaba, não uso do mesmo para um murmura ou para reclamar das coisas erradas, mas para fazer das erradas as certas, diz São Paulo na Biblia " É QUANDO ESTOU FRACO QUE ME SINTO FORTE" e assim vou levando minha vida vivendo somente o hoje, não quero ficar pensando em dividas ou coisas que deixei de fazer, mas quero respirar o agora, e que venha 2011, e aqui estarei lutanto so por hoje.
Caco Ferreira

Zuliani disse...

É... um tango argentino neste fim de ano te cai bem melhor que um blues!

Bruno disse...

Momentos são preciosos, ao longo vamos percebendo isso. E o tempo é uma marcação da civilização que se importa em medir, um momento pode ser um segundo, e ser sentido como dez anos. Que venha mais um ano, que venha a surpresa do inesperado e que seja melhor que esse momento!