segunda-feira, 12 de abril de 2010

pieguismo autoanalítico

e aí um dia a gente se dá conta de quão amargurados fomos, e o quanto ficamos remoendo pequenas coisas, que eram gigantes perante a perspectiva que vigorava.

Mesmo eu que sempre acreditei no melhor possível, nas coisas de filmes e em sentimentos implacáveis que nem o tempo nem o medo poderiam tirar de mim, tive dias que me vi sem chão, sem apoio, alento ou qualquer coisa que pudesse me confortar, nada mais me confortava.

E tal qual as tempestades que precedem um belo pôr do sol (não sei como ficou com a nova regra de ortografia), fui me reerguendo aos poucos e, como se as nuvens fossem indo-se embora pra Pasárgada, eu passei a sorrir. e depois a rir. e depois a gargalhar. E me divertir, sair, olhar para as outras pessoas, me deixar ser feliz com elas.

Tudo era meio que momentâneo, mas cada momento eu vivi como fosse eterno, como se tudo fosse acabar ali, amizades que pareciam de anos. Algumas realmente eram, outras tiveram finais tragi-cômicos.

Mas isso me dava um certo vazio nas manhãs de domingo e quando meu coração apertava. Bem paradoxal, eu aprendi a usar o que eu tinha nas mãos. a conviver sendo feliz com uma certa dor e aquela solidão rodeada de pessoas.


E a dor, que fora tão intensa; indesejada; insensata acabou me fazendo forte, fraca, feliz e felizmente fez eu valorizar exponencialmente os momentos de felicidade.

Acreditei, por um tempo, que a felicidade seria isso aí, que eu sempre teria um limite ao ser feliz, prevenindo assim a infelicidade. Como pode isso? A gente não pode se empolgar muito em ficar feliz para depois não nos afundarmos em depressão.



Um dia tudo mudou. E tudo isso que escrevi, todas as certezas e táticas para ser feliz/não-infeliz foram por água abaixo.
E tudo que eu acreditava ou pensava mudou, eu só queria mergulhar, como quando está aquele sol e a gente quer se jogar no mar. A gente simplesmente vai. E ele nos recebe.

Um dia você chegou. E mudou tudo.

4 comentários:

Bruno disse...

Situações parecidas em vidas diferentes.
E quem dirá que virá daqui pra frente!?
Os que dão boas vindas ao acaso podem ser presenteados, e eu fui. Você!

Roger disse...

solidão no meio da mulidão... sentimento que queima a frio... o foda é que niguem consegue chegar a ninguem...é como o menino da bolha... fico feliz por hj vc conseguir se jogar no mar... só me sinto um pouco triste por eu não ter conseguido chegar até vc... tentei...tentamos...mas já foi... aprendi a lidar com tudo isso...sejamos felizes!!!! =)

Arthur disse...

li tudo mas fiquei no primeiro parágrafo, meu... o primeiro. mandou muito bem.

Patricia disse...

lógico que vc conseguiu chegar a mim, Rogerzinho! Mas era outra perspectiva, outro foco! Você se tornou meu brother, meu parceiro. E era sob outro olhar que eu me sentia só. mesmo pq sempre tive a você.