Hoje eu estava pensando naquelas coisas que só eu gosto. Não sei se isso acontece com todo mundo por isso eu considero uma loucura meio que particular. E todo mundo deve ter esses gostos, nem sempre secretos, mas únicos e exclusivos.
Sabe quando alguém te para na rua e fala "Moça, onde fica a rua tal?"
Eu olho de soslaio para ver quais outras pessoas tem próximas a mim e ai fico pensando "Porque será que ela perguntou pra mim e não para aquela mulher tão bem arrumada que está passando também?" ou também eu me pergunto "porque não perguntou para o homem de terno do outro lado da rua?".... E fico me sentindo bem pois acabo constatando que eu não represento uma pessoa perigosa, de quem as pessoas teriam medo, e também não represento alguém solta, perdida no mundo, aparento ser alguém que sabe o chão que está pisando, que sabe por onde anda.
Depois de massagear o ego com uma coisa tão boba, eu já penso em todos os trajetos pra levar aquela pessoa pra tal lugar. E falo, com uma voz de detentora de toda a informação do mundo, os possíveis trajetos e quais os pontos de referência que a pessoa encontratá pelo caminho para ela não se sentir perdida. Por exemplo: Eu digo "Vc vai virar a esquerda, seguir em frente até ver o banco do brasil, depois vire a direita, depois da escola de inglês e do farol vc vira a direita, de lá você já vai ver uma farmácia, e chegou."
Ok, nem sempre isso ajuda, pq as vezes a pessoa se perde mais ainda com o monte de informações, mas se a pessoa tem boa memória ou papel e caneta, tudo vai dar absolutamente certo.
Então eu fico me sentindo importante pois sei que aquela pessoa vai seguir o caminho que eu guiei, eu a instruí para seguir tais ruas e tais atalhos. Eu disse a essa pessoa o que fazer e eu a fiz sentir-se segura ao ponto de ir confiando na minha palavra, mesmo sem me conhecer. Afinal, quando alguém te dá uma informação na rua e você não sentiu muita segurança no que essa pessoa falou, o que você faz? Pergunta pra outra pessoa na rua, ou então fica com vergonha e faz o caminho errado, xingando mentalmente o tempo inteiro a pessoa que deu informação errada.
O que eu não entendo, que foi a dúvida que me fez ficar pensando e me fez pensar nesse post que eu escrevo agora, é... porque raios os cobradores de ônibus tem taaaanta má vontade em responder informações de trajetos? Sim, eles ficam o tempo inteiro ouvindo essas pergutinhas, e devem ser as mesmas, mas a maioria nem olha na cara das pessoas. Já vi alguns bem simpáticos, mas a maioria tem um humor de ogro faminto, sei lá.
As pessoas perguntam pro cobrador por considerarem que ele é o cara que melhor conhece aquele caminho e ele mal responde ou fala que quando chegar o ponto ele avisa, mas aí ele não avisa nada! E fica tudo por isso mesmo, pessoas perdidas, cobradores emburrados, e menininhas prestativas como eu ficam alegres por responder e conseguir ajudar alguém, de alguma forma....
6 comentários:
Eu com certeza não sou a pessoa mais indicada para fornecer este tipo de informação, mas tenho boa vontade ( e fico bem feliz quando as pessoas realmente acreditam que eu sei onde estou!!)... Bjo Patte!!
eu escolho pessoas pra me dar informação na rua pela cara de idiota. brincadeira, é pelo quanto eu acho que elas são confiáveis.
e acho que cobradores são, em sua maioria, criaturas naturalmente emburradas porque o trabalho deles é um porre. imagina ficar indo de A para B e vice versa o dia TODO, putz grila.
e é isso aí, patty pra cobradora! uhuuuu
bju
hey, beautiful girl!
Pensei nesse post hoje. (sim, eu li e não comentei antes... haha)
Na hora do almoço tinha um cara com uns livros na rua, olhando pra muita gente e não parando ninguém. Eis que ele me parou. Era ra vender um livro de poesia. Estava sem grana (óbviamnte) e fui embora.
Mas achei legal ele ter me considerado público pro livro dele. Seria o óculos emo? Seria a camisa xadres? Seria a abordagem bem no momento em que eu acendia meu Marlboro destraídamente? Enfim... lembrei do post!
Bjo gata!
poste mais vezes!!!!
Gostei do tom autobiográfico/literário do texto Patty, ficou massa. Norteou bem o rumo da história com a introdução reflexiva sobre o tema.
Agora quanto aos cobradores, concordo com o Arthur, possivelmente seja o lance de um trampo sem muitas perspectivas. Imagine você uma pessoa que, por vezes, durante boa parte de uma vida veja somente o mesmo caminho - já que acredito, dada estas vidas maçantes, durante seu período de folga querer somente descansar, pouco saber de se movimentar para outros lugares. Não é muito alentador né?
Seu texto suscitou algo que eu pouco havia pensado, sobre essa condição deste trabalhador .
Poste mais vezes(é o que pretendo fazer tbm. rs), gosto de te ler. hehe
Um beijo
p.s: obrigado pelo elogio no meu blogue, só fui ver um dia desses (tinha dado uma abandonada. rs).
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