quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Loucuras particulares

Hoje eu estava pensando naquelas coisas que só eu gosto. Não sei se isso acontece com todo mundo por isso eu considero uma loucura meio que particular. E todo mundo deve ter esses gostos, nem sempre secretos, mas únicos e exclusivos.
Sabe quando alguém te para na rua e fala "Moça, onde fica a rua tal?"

Eu olho de soslaio para ver quais outras pessoas tem próximas a mim e ai fico pensando "Porque será que ela perguntou pra mim e não para aquela mulher tão bem arrumada que está passando também?" ou também eu me pergunto "porque não perguntou para o homem de terno do outro lado da rua?".... E fico me sentindo bem pois acabo constatando que eu não represento uma pessoa perigosa, de quem as pessoas teriam medo, e também não represento alguém solta, perdida no mundo, aparento ser alguém que sabe o chão que está pisando, que sabe por onde anda.

Depois de massagear o ego com uma coisa tão boba, eu já penso em todos os trajetos pra levar aquela pessoa pra tal lugar. E falo, com uma voz de detentora de toda a informação do mundo, os possíveis trajetos e quais os pontos de referência que a pessoa encontratá pelo caminho para ela não se sentir perdida. Por exemplo: Eu digo "Vc vai virar a esquerda, seguir em frente até ver o banco do brasil, depois vire a direita, depois da escola de inglês e do farol vc vira a direita, de lá você já vai ver uma farmácia, e chegou."

Ok, nem sempre isso ajuda, pq as vezes a pessoa se perde mais ainda com o monte de informações, mas se a pessoa tem boa memória ou papel e caneta, tudo vai dar absolutamente certo.

Então eu fico me sentindo importante pois sei que aquela pessoa vai seguir o caminho que eu guiei, eu a instruí para seguir tais ruas e tais atalhos. Eu disse a essa pessoa o que fazer e eu a fiz sentir-se segura ao ponto de ir confiando na minha palavra, mesmo sem me conhecer. Afinal, quando alguém te dá uma informação na rua e você não sentiu muita segurança no que essa pessoa falou, o que você faz? Pergunta pra outra pessoa na rua, ou então fica com vergonha e faz o caminho errado, xingando mentalmente o tempo inteiro a pessoa que deu informação errada.

O que eu não entendo, que foi a dúvida que me fez ficar pensando e me fez pensar nesse post que eu escrevo agora, é... porque raios os cobradores de ônibus tem taaaanta má vontade em responder informações de trajetos? Sim, eles ficam o tempo inteiro ouvindo essas pergutinhas, e devem ser as mesmas, mas a maioria nem olha na cara das pessoas. Já vi alguns bem simpáticos, mas a maioria tem um humor de ogro faminto, sei lá.

As pessoas perguntam pro cobrador por considerarem que ele é o cara que melhor conhece aquele caminho e ele mal responde ou fala que quando chegar o ponto ele avisa, mas aí ele não avisa nada! E fica tudo por isso mesmo, pessoas perdidas, cobradores emburrados, e menininhas prestativas como eu ficam alegres por responder e conseguir ajudar alguém, de alguma forma....

6 comentários:

Ane disse...

Eu com certeza não sou a pessoa mais indicada para fornecer este tipo de informação, mas tenho boa vontade ( e fico bem feliz quando as pessoas realmente acreditam que eu sei onde estou!!)... Bjo Patte!!

Arthur disse...

eu escolho pessoas pra me dar informação na rua pela cara de idiota. brincadeira, é pelo quanto eu acho que elas são confiáveis.

e acho que cobradores são, em sua maioria, criaturas naturalmente emburradas porque o trabalho deles é um porre. imagina ficar indo de A para B e vice versa o dia TODO, putz grila.

e é isso aí, patty pra cobradora! uhuuuu

bju

Jow disse...

hey, beautiful girl!

Zuliani disse...

Pensei nesse post hoje. (sim, eu li e não comentei antes... haha)
Na hora do almoço tinha um cara com uns livros na rua, olhando pra muita gente e não parando ninguém. Eis que ele me parou. Era ra vender um livro de poesia. Estava sem grana (óbviamnte) e fui embora.
Mas achei legal ele ter me considerado público pro livro dele. Seria o óculos emo? Seria a camisa xadres? Seria a abordagem bem no momento em que eu acendia meu Marlboro destraídamente? Enfim... lembrei do post!

Bjo gata!

roger disse...

poste mais vezes!!!!

Enio Lourenço disse...

Gostei do tom autobiográfico/literário do texto Patty, ficou massa. Norteou bem o rumo da história com a introdução reflexiva sobre o tema.

Agora quanto aos cobradores, concordo com o Arthur, possivelmente seja o lance de um trampo sem muitas perspectivas. Imagine você uma pessoa que, por vezes, durante boa parte de uma vida veja somente o mesmo caminho - já que acredito, dada estas vidas maçantes, durante seu período de folga querer somente descansar, pouco saber de se movimentar para outros lugares. Não é muito alentador né?

Seu texto suscitou algo que eu pouco havia pensado, sobre essa condição deste trabalhador .
Poste mais vezes(é o que pretendo fazer tbm. rs), gosto de te ler. hehe

Um beijo

p.s: obrigado pelo elogio no meu blogue, só fui ver um dia desses (tinha dado uma abandonada. rs).